O número de adeptos ao treinamento resistido vem aumentado a cada dia. Assim como o aumento do número de praticantes de musculação, cresce também o número de evidências cientificas sobre os benéficos dessa modalidade para a saúde.
Nesse sentido, alguns dos benefícios, registrados na literatura cientifica, são a redução do risco de doenças cardiovasculares, prevenção e controle do Diabetes tipo II, redução do percentual de gordura, hipertrofia muscular, aumento da densidade mineral óssea e melhora da função cognitiva.
Outro possível benefício da prática regular de musculação seria seu efeito hipotensor, sendo um dos efeitos mais estudados atualmente.
Diante disso, Será que a prática de musculação reduz a pressão arterial em indivíduos hipertensos, quais os mecanismos envolvidos nesse efeito hipotensor provocado pelo exercício?
O que é a Pressão Arterial?
A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede interna de uma artéria. Essa pressão pode ser medida com base nas contrações cardíacas (sístole e diástole). Onde a sístole refere-se ao momento em que o coração se contrai para bombear sangue para o corpo e a diástole é o período de relaxamento do musculo cardíaco para que esse possa receber o sangue novamente.
Além disso, a pressão arterial é expressa na unidade de medida milímetros de mercúrio (mmHg), onde no repouso, os valores que são considerados normais são de 120 e 80 mmHg no momento da sístole e diástole, respectivamente.
A pressão sistólica apresenta um número maior, pois é nesse momento que o musculo cardíaco exerce sua pressão máxima. Já a pressão diastólica tem um número mais baixo pois representa o momento de repouso do coração.
Indivíduos que tem valores pressóricos em repouso iguais ou superiores a de 140 mmHg para a pressão sistólica e 90 mmHg para a pressão diastólica são considerados indivíduos hipertensos
Para saber mais sobre sístole e diástole, leia o post sobre Ciclo Cardíaco!
Quais são os mecanismos envolvidos na redução da pressão arterial?
A prática regular de atividades físicas e uma alimentação mais saudável, livre de alimentos ricos em sódio, gordura, ultra processados e embutidos são recomendações para o tratamento e prevenção da hipertensão arterial. Dentre essas recomendações, o exercício aeróbico tem sido o mais recomendado, porém a musculação, embora muito discutida, também vem apresentando grande capacidade de reduzir a pressão arterial em repouso.
Está redução seria possível pela melhora da função endotelial e redução da resistência vascular periférica causadas pelo treinamento de força. Além disso, há estudos que relacionam a redução da pressão arterial ao aumento de concentrações plasmáticas de substâncias vasodilatadoras e a redução do débito cardíaco.
Parece que, durante a prática de musculação, há um aumento da frequência cardíaca, aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos e um maior fluxo sanguíneo favorecendo o aumento na produção de óxido nítrico. Essa substância é um composto com efeito vasodilatador.
Como deve ser o treino de musculação para promover o efeito hipotensor?
Segundo estudos, os efeitos hipotensores causados pela musculação só ocorrem quando os treinos de força têm uma intensidade que vai de moderada a vigorosa. Isso significa que a intensidade deve estar acima dos 60% de uma repetição máxima. Por exemplo, se um indivíduo, ao colocar o máximo de força possível, consegue executar uma repetição do exercício de supino com 100 quilos, uma serie de supino, com uma zona de repetições variando de 6 a 12 repetições e quilagem acima dos 60 quilos seria uma serie acima dos 60% de uma repetição máxima.
Musculação como um tratamento não farmacológico para hipertensos
Com base nas diversas evidências cientificas, conclui-se que a musculação é uma forma de tratamento não farmacológico para indivíduos hipertensos. Esse tratamento desoneraria os cofres públicos em relação aos gastos com saúde. Vez que o consumo de medicamentos hipotensivos e o número de internações ocasionadas por acidentes cardiovasculares, na rede pública de saúde, reduziria bastante. Nesse sentido, a atuação do profissional de Educação física em conjunto com um médico e um nutricionista é essencial para o sucesso do tratamento.
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